Me perguntaram qual a diferença entre raiva, ódio e ira. Pensei por um segundo e arrisquei: a diferença é apenas a intensidade. No dicionário, acabam sendo praticamente palavras sinônimas, mas quis pensar no âmbito das relações. Não tive pretensões lingüísticas; no mínimo, filosófica e daquelas bem humildes. Mas apesar desses sentimentos serem variáveis de intensidade, suas nomenclaturas são usadas levianamente. O ódio, por exemplo, ao ser pronunciado, tornou-se banal na fala das pessoas, pouco provavelmente seu respectivo sentimento toma as mesmas proporções dentro da pessoa. É comum odiar, ou falar que odeia. Não se pensa no peso dessa palavra. A ira, sentimento, para mim, imensurável - acho que nunca conheci alguém irado - teve sua nomenclatura amplamente divulgada para representar algo muito bom, muito extraordinário. Acho que os jovens de hoje, nem imaginam que a palavra “irado” representa um sentimento no mínimo desagradável.

Nesse raciocínio, comecei a notar que as palavras na verdade são roupas que as pessoas resolvem colocar nos sentimentos. Roupas pomposas, roupas simplórias, roupas chamativas, sensuais, exóticas, de acordo com aquilo que elas querem mostrar. Ou conseguem. Muitas vezes palavras são despejadas no calor do momento e não dá tempo de colocar a roupa que queria, é como se estivéssemos atrasados e colocássemos a primeira que nos passasse na frente...e depois nos sentimos desambientados, usando a roupa curta demais, ou transparente demais, ou destoando do ambiente. Vocês já repararam como certas palavras fogem do contexto? E digo isso em todos os tipos de sentimentos, desde os mais mundanos aos mais nobres.

Assim, do mesmo modo que algumas pessoas organizam no dia anterior a roupa que usarão para trabalhar no dia seguinte, ou que preparam durante semanas a roupa que usarão numa festa chique e enorme em que estarão presentes, deveríamos também preparar as palavras que usamos, para sempre estarmos elegantes e na moda. Ou em último caso sairmos bem na foto!

Passei a pensar isso no meu dia-a-dia, será que conseguimos investir nas palavras o mesmo tempo e dedicação que investimos em nosso guarda-roupa?

A propósito:

ódio

s. m. 1. Rancor profundo e duradouro que se sente por alguém. 2. Aversão, raiva, rancor. 3. Antipatia.

ira

s. f. 1. Cólera, raiva contra alguém. 2. Indignação. 3. Desejo de vingança.

raiva

s. f. 1. ... 2. ... 3. Violento acesso de ira, com fúria e desespero. 4. Aversão, ódio.

Dic. Michaelis - UOL

Que venha a primavera!!!

Beto Guedes - Sol de Primavera
Beto Guedes e Ronaldo Bastos
Quando entrar setembro
E a boa nova andar nos campos
Quero ver brotar o perdão
Onde a gente plantou
Juntos outra vez

Já sonhamos juntos
Semeando as canções no vento
Quero ver crescer nossa voz
No que falta sonhar

Já choramos muito
Muitos se perderam no caminho
Mesmo assim não custa inventar
Uma nova canção
Que venha nos trazer
Sol de primavera
Abre as janelas do meu peito
A lição sabemos de cor
Só nos resta aprender

Já choramos muito
Muitos se perderam no caminho
Mesmo assim não custa inventar
Uma nova canção
Que venha trazer
Sol de primavera
Abre as janelas do meu peito
A lição sabemos de cor
Só nos resta aprender


Hoje, lendo as notícias na Internet, deparei-me com uma postura nobre, que deve ser exemplo para todas as empresas brasileiras e mesmo para a população.

A empresa farmacêutica Boehringer Ingelheim, retirou de mercado um xarope para tosse que continha uma substância (Cloridrato de Clobutinol) que causava uma pequena arritmia cardíaca durante seu uso. Mesmo não havendo registro de casos sérios e com o fato desse efeito colateral sumir após suspensão do uso, a empresa resolveu voluntariamente retirar o produto. E sabe o melhor? Quem já havia comprado, pode devolvê-lo e ter seu valor reembolsado!!

Olha vocês podem alegar qualquer suspeita em relação á isso, tipo “a empresa sabe de alguma coisa e não quer divulgar”, mas eu prefiro acreditar que pelo menos algumas empresas podem fazer a diferença sim! Achei muito legal da parte deles, e acho que muitas outras deveriam seguir o exemplo. Aliás os brasileiros deviam seguir esse exemplo, contrapondo ao meu post anterior: o “cara-de-pau”.

Tenho uma certeza clara dentro de mim, que cada pessoa fazendo sua parte, tentando ser um exemplo para outros, faria o Brasil ter jeito. Talvez não tivéssemos resultados instantâneos, mas para a geração de nossos filhos, netos, com certeza teríamos um perfil diferente. Como seria maravilhoso, cada pessoa pensando em si, SIM, mas como parte e responsável por seu país, e não com olhos apenas para seu próprio umbigo. Sabendo que o que faz tem conseqüências e reflexo no mundo que constrói. Aliás, as pessoas precisam se conscientizar disso: Somos nós mesmos que construímos aquilo que temos a nosso redor!!!

Ah, como sonho com o dia em que teremos orgulho de nosso país não só nos momentos de competição esportiva!!! E que possamos com garra defender nossa terra, por acreditarmos e amarmos nossos ideais e termos certeza de que fazemos o melhor por nosso país e por nós mesmos, no sentido de coletividade. Dá-lhe Brasil. Faça a sua parte! Se cada um faz o seu melhor, seria como uma “corrente do bem”, isso refletiria no próximo e no próximo e no próximo...

Quem quiser ler a notícia: http://br.noticias.yahoo.com/s/31082007/25/manchetes-laboratorio-retira-xaropes-tosse-mercado.html